Treino Educa

Treino Educa
EQUIPE HELIO FERNANDO

Translate

segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

Judô e Polícia no Japão: Kokoro (coração) e Gaman (paciência) - Por Prof. Dr. Cesar Alves Ferragi (Zare)

Judô e Polícia no Japão: Kokoro (coração) e Gaman (paciência)


Morei quase 6 anos no Japão, com uma bolsa de estudos do governo japonês para o mestrado e doutorado em Administração Pública, onde paralelamente pude iniciar as práticas de judô e de karatê juntamente com colegas japoneses e internacionais que moravam no mesmo dormitório de estudantes estrangeiros em Tóquio. Por questões dos estudos, minha experiência de tatame durou cerca de 2 anos e, apesar de ter interrompido a prática, os ensinamentos ficaram para toda uma vida. Essa experiência reconfigurou minha trajetória acadêmica, profissional e pessoal, permitindo-me desenvolver um olhar crítico sobre a pluralidade de aspectos econômicos, sociais, culturais e ambientais do Japão e de outros países que visitei na Ásia.
O sentimento japonês de comunidade e unidade, bem como um comportamento bem organizado, puderam ser observados especialmente após o grande terremoto e tsunami de Tohoku, em março de 2011, durante minha estadia na terra do sol nascente. Neste momento de dificuldades, os japoneses mostraram ao mundo seu "coração" (Kokoro, em japonês ) e "paciência" (Gaman). Kokoro é mais do que coração, significa que as pessoas estão cientes umas das outras: elas ficavam em filas para obter suprimentos, elas compartilham seus cobertores dentro dos abrigos naquele rigoroso fim de inverno no hemisfério norte... Assim como nas práticas de judô,  há um espírito ou, melhor, um “estado de espírito” que faz parte da percepção de cidadania no Japão. E Gaman (paciência) expressa a resistência e a tolerância para lidar com os tempos difíceis. Nem sempre nas práticas de tatame eu me sentia à vontade para continuar, mas aprendi com meus Senseis (professores) a desenvolver melhor meu senso de Gaman, explorando a resistência do corpo ao longo dos exercícios e a resiliência da mente para seguir até o final das práticas.  Além disso, o sistema educacional desempenha um papel crucial, porque desde a infância as crianças são educadas nas escolas para agir adequadamente em caso de terremotos, sendo que muitas delas praticam desde cedo diversas artes marciais orientais. Mas há algo mais, que vai além. O kokoro da população japonesa é treinado ainda sob as ideias de harmonia (Wa) e família (Ie). Tem a ver com um senso de conformidade com a harmonia social, para permitir espaço para os outros enquanto o próprio espaço está sendo disputado. Coração e paciência, neste caso, expressam a força e o sentido de organização do Japão.
Meus estudos focaram na forma de atuação da polícia japonesa, sendo interessante observar que o judô – bem como outras artes marciais – fazem parte do treinamento dos policiais. Todos os oficiais passam por um treinamento de técnicas e defesas baseado nas artes marciais japonesas. Pude visitar a delegacia da cidade de Tama, na província de Kanagawa, onde a prática de artes marciais é diária, e indiquei esse local para a reportagem feita por minha amiga Catarina Hong para a Rede Record naquele ano. Compartilho aqui com vocês o vídeo.


A receita oriental para combater a violência parece estar pautada na aproximação dos policias com a população, por meio da chamada polícia comunitária, organizada em Kobans – que são postos policiais espalhados pelo país – existentes há mais de 130 anos. Vale ressaltar que o trabalho policial é complexo e estressante, em qualquer lugar do mundo, e no Japão qualquer vestígio de raiva ou stress é canalizado nas práticas de tatame, onde os policiais treinam diariamente com seus quimonos. Nas ruas, o aprendizado do judô, bem como de outras artes marciais, ajuda os policias japoneses a ajudar a população, desenvolvendo melhor sua atenção para as pessoas – o tal do Kokoro – e sua resiliência para lidar com as diversas situações desafiadoras do cotidiano – ou o tal do Gaman. O rigoroso controle de armas de fogo, e uma polícia que não só responde ao crime, mas que se antecipa a ele, fazem do Japão um dos países mais seguros do mundo. Legal, não é mesmo?



Prof. Dr. Cesar Alves Ferragi (Zare)


Possui graduação em administração pela EAESP-FGV, é Mestre e Doutor em Administração Pública pela International Christian University (ICU), em Tóquio, Japão, com tese de doutoramento sobre os dilemas e as potencialidades de mudança cultural e evolução das organizações públicas, privadas e do terceiro setor, no Brasil e no Japão. Atualmente é professor adjunto do curso de Turismo da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), em Sorocaba. 



terça-feira, 17 de janeiro de 2017

FOTOS DO FINAL DE ANO 2016 - JUDÔ

Fotos do ultimo treino de final de ano 2016

Assista ao vídeo de todas as fotos do treino de final de ano aqui abaixo.



Veja o vídeo pelo YouTube Click Aqui.


Este vídeo foi feito para lembrar e agradecer a todos os professores e alunos que estiveram conosco neste ano de 2016 da Equipe Hélio Fernando.

Agradecimentos:
Sensei Hélio Fernando
Sensei Jose Alexandre
Sensei Ricardo Carletto
Sensei Lucinio
Sensei Pablo Mendez
Sensei Rodolfo Vieira
Sensei Fernando Jovem

E ao fotografo e aluno Luiz Felipe Muniz Azevedo (vulgo FELIPÃO) pelas belas imagens deste vídeo.

E a todos os alunos que nos prestigiaram com suas presenças nas aulas. Oss.


















Não deixe de se inscrever no nosso canal do youtube!!!























Não deixe de se inscrever no nosso canal do youtube!!!










Não deixe de se inscrever no nosso canal do youtube!!!


















Não deixe de se inscrever no nosso canal do youtube!!!

























Não deixe de se inscrever no nosso canal do youtube!!!














Não deixe de se inscrever no nosso canal do youtube!!!